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Palestra de Yolanda Guerra aponta para necessidade de organização coletiva dos assistentes sociais

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Doutora em Serviço social e professora da UFRJ, Yolanda participou da abertura da Semana do/a Assistente Social, realizada pelo CRESS

02Centenas de estudantes, gestores, profissionais e pesquisadores do Serviço Social se deslocaram de todo o Estado para prestigiar, na manhã desta quinta-feira, 14, da abertura oficial da Semana do/a Assistente Social. Realizado no auditório do CIC, o evento foi realizado pelo Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e contou com a palestra “Profissional de luta, profissional presente!”, ministrada por uma das maiores referências teóricas do Serviço Social no Brasil: Yolanda Guerra.

A programação do evento teve início com a apresentação de trabalhos acadêmicos, nesta quarta-feira, e prossegue até a sexta-feira, 15, quando será realizada uma Sessão Especial na Câmara de Vereadores de Aracaju, em parceria com o vereador Iran Barbosa (PT). A sessão acontece às 9h.

Muito significativa, a mesa de abertura reuniu representantes do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), do Sindicato dos Assistentes Sociais (Sindasse), da Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (Enesso), além do assistente social André Luiz Ramás Dórea, representante da CRF Consultoria, que é parceira do CRESS na realização do evento.

Em sua palestra, a doutora em serviço social e professora da UFRJ, Yolanda Guerra, envolveu os profissionais presentes ao debater o perfil, os desafios e o papel do assistente social como importante agente de transformação social. Ela destacou ainda a necessidade de a categoria se perceber como classe trabalhadora a fim de somar as lutas frente a um momento de crise do capital e das concepções.

04Para a assistente social e dirigente do Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe (Sindasse), Juliana Gabriele, o debate trazido por Yolanda Guerra é essencial para a categoria, pois devido à natureza e às competências inerentes à profissão, é preciso manter o constante diálogo com a academia para que nunca se perca a relação entre teoria e prática no fazer cotidiano. “O assistente social sempre tem de fazer esse movimento de reflexão sobre sua prática, para que ela não se torne imediatista, nem para que percamos o âmbito da crítica e da mediação”, destacou.

Já Luciane Rocha Lima, assistente social da Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas) de Aracaju e do Hospital de Urgência e Emergência de Sergipe, ressaltou a importância da leitura trazida por Yolanda no sentido de resgatar os valores que guiam o fazer profissional e orientam as ações do assistente social. “Ela chamou a atenção para a necessidade de se ter uma leitura de realidade, de sociedade e de projeto político. Isso deve nos orientar enquanto assistentes sociais, inclusive contrapondo algumas vezes nosso próprio projeto individual e os valores que orientam as instituições nas quais desempenhamosnossas atividades profissionais. Mas sempre tendo como central o nosso compromisso com o usuário”, destacou.

A presidente do CRESS, Itanamara Guedes, destacou que a natureza da atuação do serviço social é engajada na luta social e faz a defesa de uma sociedade pautada pelos princípios da igualdade e da liberdade, da justiça social e das políticas públicas. Para ela, “é preciso fortalecer a organização do conjunto dos trabalhadores e, principalmente, a organização dos assistentes sociais para atingir este modelo de sociedade”, frisou.

Crise do capital e de subjetividade

08 (2)Yolanda Guerra destacou que o profissional do Serviço Social vive um momento de grande desafio, diante da conjuntura atual, de profundo retrocesso e de forte reacionarismo. “Nós estamos vivenciando uma crise nunca antes sequer imaginada por nós. E todos os indicadores demonstram que ela vai se aprofundar nos próximos anos”, lamentou a pesquisadora, acrescentando que desemprego e precarização do trabalho, com flexibilização de direitos, desprofissionalização e imposição de um perfil multifuncional e polivalente para o trabalhador são características desta crise, se pensada no âmbito das relações trabalhistas.

Porém, Guerra explica que a crise vai muito além do capital, pois é também de valores emancipatórios e democráticos. “Estamos vivendo profundos processos de desmonte dos valores democráticos, dos valores dos pactos entre capital-trabalho e das respostas políticas. A característica da crise atual é que, além de ser econômico-financeira, ela também captura a subjetividade. Nós acabamos sendo moldados à luz dessa sociedade, do aligeiramento, da superficialidade, da imediaticidade e da falta de existência de projetos, ou seja, do ‘presentismo’. Mas qual é a sociedade que pode viver sem projeto de futuro?”, questionou.

Organização coletiva para enfrentar a crise

11Para vencer a crise, um dos caminhos apontados pela professora e pesquisadora é a organização coletiva. “O que mais necessitamos hoje? De mobilização, de articulação, de trabalho coletivo, de entender que individualmente nós não vamos a lugar nenhum”, destacou, chamando a atenção para o papel do assistente social, mas também para a organização da classe trabalhadora como um todo.

No sentido de pensar coletivamente um novo modelo de sociedade, que implica na transformação dessa sociedade, uma categoria sozinha não faz isso. Os assistentes sociais não farão a transformação e a revolução. Só os trabalhadores unidos é que farão. Portanto, se não tomarmos consciência de que somos trabalhadores e, cada vez mais, assalariados, não conseguiremos avançar”, avaliou.

Movimentos Sociais

Justamente com o intuito de fortalecer as lutas coletivas, Itanamara Guedes, presidente do CRESS, informou que a entidade tem estreitado as relações com os movimentos sociais e sindical e reforçou a importância de a categoria se entender enquanto trabalhadores assalariados e participar da lutas sociais e sindicais no seu cotidiano. “É importante estarmos organizados para enfrentarmos tempos difíceis de desmonte da política social, privatização, de retirada dos direitos, encabeçada pelas Medidas provisórias 664 e 665 e pelo PL 4330 da privatização, que vai ter impacto direto na vida dos trabalhadores e dos assistentes sociais”, avaliou.

Espero que esta Semana do/a assistente social sirva para mobilizar e fazer um chamamento aos assistentes sociais. Precisamos ocupar os espaços, ocupar os conselhos, ocupar as ruas para podermos barrar esse projeto de sociedade nefasto que vem somente prejudicar os trabalhadores”, finalizou Itanamara, lembrando que o tema da Semana do/a Assistente Social deste ano, “Profissional de luta, profissional presente!”, remete justamente à importância da organização da categoria.

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