O auditório da CUT ficou lotado de assistentes sociais, que foram até o local para debater com o prefeito eleito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e a vice prefeita eleita, Eliane Aquino, questões técnicas e éticas do exercício profissional e apresentar aos novos gestores da Prefeitura Municipal de Aracaju o modelo de gestão das políticas sociais que a categoria defende para o município para os próximos quatro anos. O evento marcou a reafirmação do compromisso político organizativo do CRESS/SE com o combate à concepção assistencialista que norteou a última gestão do executivo de Aracaju, bem como da defesa das políticas sociais enquanto direito da população.
O evento foi realizado pelo Conselho Regional de Serviço Social 18a. Região – Sergipe (CRESS/SE) e reuniu dezenas de assistentes sociais que atuam em diversos campos, sobretudo na saúde e na assistência social da prefeitura municipal de Aracaju, políticas em que a categoria está diretamente inserida. Estiveram presentes ainda representantes do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe, do Fórum Municipal de Trabalhadores do SUAS e do Sindicato dos/as Assistentes Sociais de Sergipe.
Em nome de todos os/as Assistentes Sociais, a presidente do CRESS/SE, Itanamara Guedes, entregou a Edvaldo Nogueira e Eliane Aquino uma Carta Compromisso, contendo as principais demandas da categoria no campo das políticas sociais. “A melhor maneira de governar é dialogando com povo. Queremos ser construtores e atores dessa história de resgate do legado de uma gestão democrática e popular”, resumiu a assistente social, destacando que o documento traz compromissos de reestruturação das políticas públicas para os próximos quatro anos.
A principal demanda existente na carta é a reestruturação e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), promovendo a melhoria dos equipamentos sociais nos aspectos físicos, acessibilidade, logística e equipe técnica. O documento solicita ainda a valorização dos trabalhadores, a melhoria das condições de trabalho dos/as assistentes sociais que atuam no serviço público; a ampliação do quantitativo de Assistentes Sociais por equipe no Programa Saúde da Família; a inclusão de profissionais da área do Serviço Social na Educação por meio da realização de concurso público e ainda a desprivatização dos CAPS David Capistrano, entre outras demandas.
A assistente social Joana Rita, profissional que atua há 12 anos na política de saúde em Aracaju, fez uma breve análise do situação da saúde no município e cobrou dos novos gestores que escutem as demandas dos/as assistentes sociais. “Estamos aqui não apenas com o intuito de reivindicar, mas de ajudar a reconstruir uma política que foi esfacelada pela gestão municipal nos últimos quatro anos. A escolha do prefeito, de construção de sua equipe técnica, passa pela lógica do serviço de saúde que a gente quer. E o serviço que a gente quer não é este que está aí”, afirmou, destacando que um dos maiores retrocessos da política de saúde do município nos últimos anos foi a privatização do CAPS Davi Capistrano.
No campo da Assistência Social, a representante do FMTSUAS, Edlaine Sena, cobrou a valorização do trabalhador da pasta e maior diálogo entre categoria e gestão. “A luta que tivemos que travar, diante de tanta desconstrução e de tanto retrocesso da gestão atual, não foi fácil. Agora, nós defendemos uma gestão mais participativa, mais colaborativa, pois não se faz uma política sem uma gestão do trabalho qualificada. Não existe gestão pública qualificada sem que o trabalhador seja valorizado. Por isso, precisamos do comprometimento dos novos gestores com o trabalhador”, resumiu a assistente social.
Neste sentido, o prefeito eleito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, reiterou o compromisso já firmado durante a campanha eleitoral, com a reestruturação das políticas sociais, sobretudo do SUAS e com a valorização do trabalhador. “Eu e Eliane, somos prefeito e vice prefeita de todos, da cidade. Mas entre todos os cidadãos temos uma prioridade, que são aqueles que mais necessitam”, destacou.
“Aracaju precisa viver um processo de reconstrução total, pois vamos reconstruir a partir de um declínio muito grande. Para isso vamos redefinir nossas prioridades e, na assistência social, essa reconstrução se dará pela reestruturação e recuperação do SUAS. A política que nós vamos implementar vai ser a política que sempre preconizamos: de valorização do SUAS, de compreender a assistência social como um direito e não como uma benesse do poder público, respeitando a qualificação dos profissionais e os critérios de competência”, destacou o prefeito eleito.
Após apresentar uma breve análise da situação da gestão atual, marcada pela precarização dos serviços públicos, a vice prefeita eleita, Eliane Aquino, destacou a importância da participação dos/as Assistentes Sociais na gestão que terá início em janeiro de 2017. “Sintam-se parceiros da nossa gestão, precisaremos muito de vocês e pediremos muita paciência a vocês, num primeiro momento, até a gente equilibrar o município e reestruturar a gestão. Precisamos fazer com que o básico volte a funcionar. Fazendo o certo, em breve estaremos fazendo o possível, e, no final da gestão, estaremos fazendo o impossível”, destacou Eliane.
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oi gente
gostei muito desse site, parabéns pelo trabalho. 😉