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I Encontro Estadual de Pesquisa do GEPESSE sobre Serviço Social na Educação encerra com experiências de assistentes sociais de Sergipe

O segundo e último dia do I Encontro Estadual da Pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Serviço Social na Educação (GEPESSE) – Sergipe foi realizado nesta quinta-feira, 14, para abordar as “Experiências de assistentes sociais na Educação Básica em Sergipe”. O encontro, realizado pelo GEPESSE e pelo Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região (CRESS Sergipe), teve início na noite de quarta, 13, de forma virtual e gratuita com o tema central “Tendências do trabalho de assistentes sociais na Educação Básica pública no Brasil”.

A mediação do evento, neste segundo dia, foi realizada pelo Profº Dr. do GEPESSE, Ney Luiz Almeida, que ressaltou a importância da pesquisa trazer essas experiências dos/as assistentes sociais que já atuam diretamente na educação básica no estado de Sergipe.

A presidente do CRESS-SE, Dora Rosa Horlacher, também aproveitou a oportunidade para comentar que o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), juntamente com outras entidades, esteve no Ministério da Educação (MEC) para retomar o diálogo sobre a necessária implementação da Lei 13.935/2019, que garante a presença de assistentes sociais e psicólogos/as nas redes públicas da educação básica. “Reforço ainda que esse encontro veio para contribuir com essa luta do Conjunto CFESS-CRESS. Um momento muito rico de troca de experiências”.

A primeira palestrante foi Josefa Fernanda Passos, que relatou sua experiência como assistente social atuando na educação, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec) de Divina Pastora-SE. Durante sua fala, a profissional apresentou dados do município e a quantidade de alunos que ela atende nas sete escolas municipais e em uma escola estadual do município. “Mesmo com a chegada de novos profissionais, através do Projeto Acolher, do Governo, como assistente social do município, atendo a todos os estudantes. Nosso público de alunos das escolas municipais é de 1.125 alunos e na rede estadual são 218, o que equivale a 31% da população. Esse é um grande número para uma cidade pequena, por isso é essencial ter profissionais para atuar em toda a rede de educação, que incluem os alunos assim como os familiares, docentes e a comunidade”, explicou.

Ainda de acordo com Josefa Fernanda, seu trabalho se concentra na sede da Secretaria e são realizadas visitas nas escolas de acordo com as urgências e as demandas. “Atualmente, sou coordenadora do Programa Saúde na Escola (PSE), do Busca Ativa Escolar, para saber porque os alunos estão fora da escola; e também coordenadora do Selo Unicef. Gostaria de destacar como entrei na área da educação. Terminei a faculdade em 2008 e já estava em evidência a questão de serviço social na educação. Algo me levava para essa área, então comecei a me especializar em educação. Em 2001, surgiu esse concurso aqui no município como assistente social na educação e esse ano completo 12 anos na área. Como assistente social, gosto muito de atuar na área e estou muito feliz em saber que o CRESS tem feito e vem fazendo muito na luta por essa inserção dos profissionais na educação”, acrescentou.

A segunda palestra foi da assistente social da Rede Municipal de Ensino de Nossa Senhora do Socorro-SE, Cláudia Rezende. Segundo a profissional, o município está localizado na região metropolitana de Aracaju com população de mais de 40 mil habitantes. Socorro possui 49 unidades escolares, sendo 10 creches e 39 escolas, com um quantitativo de mais de 19 mil alunos na rede.

“Diferente da colega Josefa, a minha inserção diretamente na escola é recente, e se deu através de Processo Seletivo Simplificado, juntamente com os profissionais de Psicologia. Já atuo dentro da escola desde o mês de maio desse ano. Percebo que o maior desafio é o desconhecimento da prática do meu fazer enquanto assistente social, pois as escolas não foram pensadas em ter profissionais de Serviço Social e Psicologia. O outro desafio é a falta de um espaço que assegura para mim e para a psicóloga a privacidade nos atendimentos, tanto para atender os alunos e pais, quanto a equipe da escola que nos procura. É uma mudança de cultura educacional, pois a escola não tinha anteriormente esses profissionais e há ainda uma adaptação de toda a equipe sobre o nosso fazer profissional na educação”, frisou a assistente social Cláudia Rezende.

A assistente social da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e da Secretaria Municipal de Educação de Cedro de São João, Aline Cristina Silva, destacou durante sua fala que atua como articuladora do Selo Unicef e como coordenadora da Busca Ativa Escolar. “A busca ativa escolar é essencial e na prática o que fazemos é ir atrás dos alunos e entender o que está por traz daquela ausência do aluno na escola. Fazemos um trabalho de compreensão e conscientização para que os alunos retornem as escolas, especialmente após a pandemia, que os índices de evasão escolar aumentaram. Então é um trabalho essencial dos assistentes sociais nas escolas. É indispensável esse trabalho multiprofissional, pois as demandas que surgem necessitam de fato desse trabalho integral”, reforçou.

Já a assistente social Rita de Cássia Freire, que também trabalha como assistente social na Secretaria Municipal de Educação de Cedro de São João, citou as atividades realizadas pelos atendimentos psicossociais nas escolas do município. “O núcleo está dentro da Semed, mas nós trabalhamos diariamente realizando visitas constantes nas escolas, durante três dias da semana, também recebemos encaminhamentos de professores, diretores e coordenadores, onde são observadas as dificuldades cognitivas dos alunos. Atuamos com toda a rede do município e encaminhamos aos órgãos específicos as demandas dos alunos, a exemplo de encaminhamentos junto aos CAPS e para a Saúde. Também trabalhamos com crianças da educação inclusiva e um dos maiores objetivos da equipe é orientar e mediar as situações entre a escola, o aluno, sua família e a equipe escolar, para tentar solucionar todas as questões que envolvem essa comunidade escolar”.

Após as palestras, o profº Ney Luiz destacou a importância dessas experiências e reforçou a questão do concurso público para esses profissionais na educação. “A defesa do concurso não é um mero formalismo, pois o concurso dá condições de acompanhamento pelas entidades da categoria, requer um profissional mais bem preparado pois tem que estudar e participar de um processo de aproximação da política de educação”.

Ao final do encontro, os/as participantes tiraram suas dúvidas e fizeram observações e questionamentos sobre as temáticas discutidas. E os conselheiros do CRESS-SE também participaram do evento e contribuíram com a fala de encerramento sobre o evento.

Sobre o Encontro

O encontro tem o objetivo de refletir sobre o trabalho das/os assistentes sociais na educação básica e incrementar a pesquisa integrada que vem sendo desenvolvida pelo GEPESSE, a qual se encontra na fase de mapeamento de assistentes sociais que atuam neste nível de ensino nos municípios do Brasil.

Além de Sergipe, o evento foi realizado de forma simultânea em outros estados do país. A pesquisa do GEPESSE é coordenada por docentes da UNESP, UERJ e UFBA e conta com financiamento do CNPq, com a colaboração e apoio do conjunto CFESS/CRESS, da ABEPSS e da ENESSO.

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