Com 57 das 59 universidades federais brasileiras em greve, além dos 37 institutos federais e centros de educação tecnológica, servidores/as públicos/as de várias categorias se uniram nesta quarta-feira, 18 de julho, em uma marcha unificada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Com cerca de 8 mil participantes, a mobilização tomou conta das seis faixas de trânsito da via, parando a capital do país. O CFESS também esteve na luta, representado pelas conselheiras Sâmya Ramos, Kátia Madeira, Juliana Melim e Ramona Carlos.
Com centenas de faixas, bandeiras e cartazes, os/as manifestantes exigem a abertura de negociação sobre reajuste salarial com o governo da presidente Dilma Roussef. No entanto, o objetivo não é somente esse. “Nossa pauta de reivindicações enquanto servidores/as é fundamental, porém também estamos aqui para defender a educação pública e de qualidade para todos/as”, explicou o assistente social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheiro do CRESS-RJ, José Rodolfo da Silveira.
Durante a caminhada pela Esplanada dos Ministérios, os expressivos grupos de estudantes gritavam “a nossa luta unificou, é estudante, funcionário e professor”, enquanto mais à frente outros/as completavam: “a nossa luta é todo dia, educação não é mercadoria”. Na dianteira da marcha, servidores protestaram: “negocia, Dilma!”.
Para a presidente do CFESS, Sâmya Ramos, a marcha simboliza a luta dos/as trabalhadores/as por condições dignas de trabalho para todos/as, na perspectiva da garantia de um serviço público de qualidade para a população brasileira. “A mobilização de professores/as, estudantes e técnico administrativos também fortalece a greve das instituições de ensino, na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade”, ressaltou a conselheira.
Greve na Educação
Para o Conselho Federal, a greve expõe questões centrais do processo recente de expansão do ensino superior no país. De um lado, a tendência à mercantilização – com investimentos do Estado sendo transferidos para as empresas privadas da Educação; de outro, a expansão do ensino público, que não vem sendo acompanhada de investimentos que permitam às instituições federais de ensino crescer de modo a garantir a qualidade e a valorização dos/as trabalhadores da área.
“A luta do movimento é mais do que justa; é uma luta desta e das futuras gerações. É hora de convocar os/as assistentes sociais de todo o país a participarem dessa mobilização”, completou a presidente do CFESS, Sâmya Ramos.
Na mesma direção, o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e assistente social Augusto Vieira destacou que os/as participantes da marcha estavam ali para, fundamentalmente, defender um serviço público de qualidade. “No caso dos/as professores/as, a luta é pela reestruturação da carreira, pois, se queremos uma universidade de qualidade, isso exige a valorização dos/as trabalhadores/as. Estamos na luta e dispostos a negociar!”, afirmou o professor.
O conselheiro do CRESS-GO, George Ceolin, também presente à marcha, enfatizou que essa foi uma das maiores mobilizações dos/as trabalhadores/as no governo Dilma. “Queremos mostrar a esse governo comprometido com o capital internacional que somente com a valorização do serviço público é que teremos uma educação emancipatória em nosso país, trabalhadores/as na luta sempre!”, conclamou.