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Formação Profissional e discussão sobre a Crise do Capital e a concepção de Estado marcaram o 3º dia da Semana do Assistente Social em Sergipe

O terceiro dia da Semana do/a Assistente Social foi marcado por um processo a cerca do de formação e reflexão sobre o exercício do/a Assistente Social  em seus diversos níveis de atuação, além de uma discussão profunda sobre a crise capitalista e a função social do Estado neste cenário.

A Universidade Federal  de Sergipe (UFS) e a Universidade Tiradentes (UNIT) promoveram durante toda a tarde e noite desta quarta  feira, dia 16 de maio,  minicursos sob diversos temas que definem o papel  e o cotidiano do profissional e do Serviço Social.

Ministrantes da Oficina de Direitos Humanos. Professoras Clarissa e Yanne

Da discussão sobre o Sistema de Saúde e a relação com o  Serviço Social, passando pela a importância da extensão universitária na formação acadêmica e profissional do/a Assistente Social, a discussão sobre os Direitos Humanos e a afirmação do papel do profissional em Serviço Social, culminando em discussões políticas como a Criminalização da Pobreza  nos últimos governos eleitos no Brasil, os estudantes e profissionais puderam se debruçar e refletir sobre o seu perfil enquanto profissional e como sujeito, como agente transformador,  pensando a sociedade basilada pela justiça e igualdade social.

Ministrantes da Oficina sobre Direitos Humanos  e a relação com o Serviço Social, as professoras Clarissa Andrade e Yanne Acioly, afirmaram a importância destes espaços para a formação de um profissional comprometido com os princípios que regem o Serviço Social.

“Esses espaços construídos na Semana do/a Assistente Social são muito importantes na construção de um sujeito/profissional comprometido com a essência do Serviço Social, que se traduz na luta cotidiana pela garantia de direitos. Fomos pegas de surpresa quando vimos a quantidade de escritos nesta oficina, o que reforça a necessidade de estarmos debatendo os Direitos Humanos, como um fazer diário, como conceito reafirmador da nossa profissão”, relata Clarissa, Andrade, Professora Doutora da UFS e ex-conselheira do CFESS

A parte da noite foi o momento marcado por uma reflexão profunda sobre a crise do capitalismo e suas implicações no exercício profissional do/a Assistente Social.

Paniago defende a superação do Capital e do Estado

Realizada pelo Centro Acadêmico de Serviço Social da UFS, a mesa composta pela Professora Dra Maria Cristina Paniago (UFAL) e a representante e conselheira do CRESS Sergipe, e também Professora Msc. Ana Caroline Trindade, fez uma ampla discussão sobre a Crise do Capitalismo, a origem e a função social do Estado e como essa conjuntura influência a atuação profissional do Assistente Social.

Para o professora da Universidade Federal de Alagoas, com Pós Doutoramento em Serviço Social pela PUC-SP,  Maria Cristina Paniago, a luta pela garantia de direitos dentro da estrutura capitalista não existe, sobretudo porque esse modelo econômico nega a igualdade social, se fundando e refundando pela acumulação do capital, e sua análise vai além, para a palestrante a concepção e o funcionamento do Estado, desde sua origem até os dias de hoje, vem da necessidade de mediação de conflitos entre classes, atuando como organismo que reforça o processo de exploração do capitalismo.

“O Estado não tem por função social atender os interesses do trabalho, sua finalidade é forjar um bem estar social enquanto o sistema capitalista se enraíza, se fortalece. Ele administra  uma sociedade de classes, cria políticas públicas para o trabalho, amortece os conflitos, sem o Estado a revolução, a revolta seria algo incontrolável. Pensar uma luta pelos direitos, por um processo democrático dentro deste sistema que se refenda pelo lucro é ter a ingenuidade que não podemos ter. Precisamos vencer o capital, precisamos vencer o Estado e partir para a construção de uma sociedade sem classes, “ defende Cristina Paniago.

Também como palestrante, a Tesoureira do CRESS Sergipe, Ana Caroline Trindade, firmou a sua discussão sobre os impactos do Sistema Capitalista, sua crise e o exercício profissional do/a Assistente Social.

Representante e Conselheira do CRESS analisa os impactos do capital na atuação dos/as Assistentes Sociais

“O modelo capitalista vem influenciando diretamente a nossa área de atuação. Desde o processo de formação, com a mercantilização da educação, o fenômeno do ensino a distância, questões que o Conjunto CFESS/CRESS vem apontando como principal tema da Semana do/a Assistente Social deste ano, até o cotidiano profissional, onde se reforça modelos e práticas que contrariam os princípios éticos e políticos que regem a nossa profissão.  Para se contrapor a essa lógica o CRESS Sergipe vem construindo espaços de formação e reflexão sobre o exercício da nossa profissão, vem investindo em um processo de fiscalização, não como instrumento punitivo, mas como uma ferramenta pedagógica, que possa reafirmar, cada vez mais, o nosso papel enquanto críticos a este sistema que viola e nega os direitos dos cidadãos.” afirma, Caroline Trindade.

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