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PALESTRA SOBRE OS DESAFIOS IMPOSTOS À CLASSE TRABALHADORA E A NECESSIDADE DE ORGANIZAÇÃO ABRE OS TRABALHOS DA SEMANA DO ASSISTENTE SOCIAL

Dialogando com a campanha nacional do Conjunto CFESS/CRESS, que informa em seu mote deste ano que “chega de exploração da classe trabalhadora”, a mesa de abertura da Semana do Assistente Social 2013, organizada pelo CRESS/SE, teve como tema o “Serviço Social na luta contra a exploração do trabalho: reflexões mundiais e seus impactos no Brasil”, na noite da última terça-feira, 14/05. A centralidade do debate esteve na avaliação das transformações do modo de produção capitalista ao longo das últimas décadas, e consequente as relações de trabalho impostas diariamente aos trabalhadores.

Na mesa de abertura, coordenada pela conselheira presidente do CRESS/SE, a professora Vera Núbia Santos, foi composta pelo professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e conselheiro do CEFSS, Maurílio Castro de Matos e pela professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e presidente do Sindiserve do município de Nossa Senhora da Glória-SE (Sertão Sergipano), Itanamara Guedes Cavalcante, os quais apontaram os desafios da atuação dos assistentes sociais frente as políticas neoliberais do de sucessivos governos e a nefasta ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora no Brasil.

Diariamente, os assistentes sociais e outros trabalhadores do Brasil sofrem com as retiradas de direitos, diminuição das responsabilidades do Estado, através do avanço das privatizações do sistema público e das contra-reformas. Por isso, além de comemorar o nosso dia, queremos discutir a exploração do trabalhador de forma geral, a partir de uma nova lógica, onde o trabalhador, dentro da lógica burguesa-capitalista, tem deixado de ser ‘trabalhador’ e passa a ser visto como o ‘colaborador’, acumulando diversas funções na perspectiva de ser polivalente. Quando na verdade o que está por trás disso é a imposição de jornadas triplas de trabalho, exercendo múltiplas funções, mas, recebendo salários ínfimos, insuficientes para uma vida digna”, afirmou o conselheiro do CFESS, Maurílio Castro.

Para a professora Itanamara Cavalcante, que situou os presentes em um uma análise de conjuntura macro, mas, tecendo comentários acerca de particularidades encontradas no estado de Sergipe, o cenário atual desafia a toda a classe trabalhadora e, em especial, à categoria de assistentes sociais a enfrentar o avanço do conservadorismo da política, através da organização e luta coletiva. “Lembro que há alguns anos atrás estava nesse mesmo auditório, mas, na condição de estudante, e o espaço estava tão cheio que muitos sentavam no chão e hoje percebemos a dificuldade de mobilizar a categoria. A questão é que o retrocesso nas políticas públicas, cada vez mais voltadas para os interesses do mercado e do grande capital, tem desanimado a luta, esvaziado os espaços de discussão. Precisamos retomar essa tradição da esquerda de grandes formulações e disputa de projeto de sociedade, os assistentes sociais têm responsabilidade com essa luta”, avaliou a professora e dirigente sindical.

Também foi apresentado por Itanamara cavalcante um levantamento feito pela Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI) do CRESS/SE, a partir do trabalho desenvolvido pelas Agentes Fiscais do Regional sergipano, com base em visitas de rotina, apuração de denúncias éticas, entre outras, revelando o perfil dos profissionais em Sergipe, a exemplo dos campos de atuação, médias salariais, condições de trabalho, filiação sindical, entre outros, dando a dimensão dos desafios a serem enfrentados a nível local, como reflexo do que vem ocorrendo nacional e mundialmente com os trabalhadores e trabalhadoras.

Campanha

A campanha nacional do CFESS “chega de exploração da classe trabalhadora”, alerta os profissionais e a sociedade que a exploração é comumente associada à ausência de direitos trabalhistas e até mesmo ao trabalho escravo. E que, na lógica do capital, não tem se dado só da forma escancarada, como nos exemplos citados pelos palestrantes da noite, mas também, de forma perniciosa, por meio de discursos que alienam e desmobilizam trabalhadores e trabalhadoras em todo o Brasil.

Houve um grande debate com a intervenção dos profissionais presentes à Palestra, que registraram as suas dificuldades enquanto trabalhadores, junto a suas entidades empregadoras (principalmente acerca da implementação da jornada de 30 horas, prevista em Lei e aos baixos salários da categoria), formularam novos questionamentos aos palestrantes e, ao final, elogiaram e agradeceram ao Conjunto CFESS/CRESS por trazer este debate à tona.

O Conjunto CFESS/CRESS continuará mobilizado para fomentar o debate e o embate ideológico e político, em defesa dos direitos dos cidadãos brasileiros e dos assistentes sociais.

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