Mulheres e Serviço Social: a luta pela equidade e pelos direitos no Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é um momento de reflexão e mobilização sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade. A data reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e ações concretas para combater a desigualdade de gênero, a violência e a precarização do trabalho. No Serviço Social, a defesa dos direitos das mulheres está no centro da atuação profissional, garantindo suporte e promovendo a equidade em diferentes espaços.

Desafios persistentes e a luta por direitos

A assistente social Karen Santana destaca que um dos desafios mais urgentes a serem enfrentados pelas mulheres é o combate ao feminicídio e às diversas formas de violência, como a física, psicológica e patrimonial. Para ela, essa é a fratura mais exposta e grave dos temas de gênero na contemporaneidade, especialmente no Brasil.

“A desigualdade de gênero tem consequências graves em nossas relações sociais. Ela é usada como justificativa para a violência, reforça a falta de representatividade nos espaços e as diferenças salariais. As mulheres ocupam os postos de trabalho mais precarizados, são impostas a cuidar de filhos e familiares e têm maior probabilidade de sofrer violência, sobretudo as mulheres negras”, afirma Karen.

A assistente social Karen Santana

Diante desse cenário, a atuação do Serviço Social torna-se essencial, sobretudo em um momento em que ações governamentais e midiáticas demonstram um retrocesso nas conquistas históricas dos movimentos feministas. Para as assistentes sociais, esse contexto representa um grande desafio: ao mesmo tempo em que a profissão busca garantir assistência e direitos às mulheres, há uma crescente desestruturação das políticas públicas que deveriam assegurar esses serviços.

A atuação do Serviço Social na defesa das mulheres

A assistente social Ana Flávia Oliveira reforça que as desigualdades enfrentadas pelas mulheres são estruturais e refletem diretamente na vida cotidiana. A violência de gênero, por exemplo, tem se manifestado de diferentes formas, desde o feminicídio até a violência digital.

“A Organização Mundial de Saúde apresenta dados sérios nesse sentido: a cada três mulheres, uma já sofreu violência física ou sexual. No Brasil, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que a taxa de feminicídio é alta. Além disso, a violência digital tem crescido bastante, sendo uma nova forma de agressão contra as mulheres, como o uso indevido de imagens, exposição vexatória e ataques nas redes sociais”, ressalta Ana Flávia.

A profissional também menciona a disparidade salarial como um grande desafio. “O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que as mulheres ganham, em média, 20% a menos do que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções. No campo político, a sub-representação também é um obstáculo, já que, apesar de serem maioria entre os votantes, as mulheres ainda ocupam poucos cargos eletivos.”

A assistente social Ana Flávia Oliveira

Diante dessas desigualdades, o Serviço Social tem um papel crucial na articulação de políticas públicas, na defesa dos direitos e no empoderamento feminino. Assistentes sociais atuam em diversos espaços institucionais, promovendo o acesso a serviços e fomentando a criação de programas voltados às mulheres em situação de vulnerabilidade.

“O projeto ético-político do Serviço Social preconiza a defesa intransigente dos direitos humanos e combate todas as formas de discriminação e opressão baseadas em gênero, classe e etnia. Nossa atuação busca promover equidade e justiça social, garantindo que as mulheres tenham acesso a direitos fundamentais e meios de alcançar autonomia”, enfatiza Ana Flávia.

Além disso, o conjunto CFESS/CRESS desempenha um papel fundamental no fortalecimento das discussões sobre a questão de gênero, participando de conselhos e fóruns estratégicos, como o Conselho Estadual da Mulher. A promoção de campanhas educativas também é uma estratégia para sensibilizar a sociedade e combater estereótipos de gênero.

O compromisso do CRESS Sergipe com a luta das mulheres

A presidenta do CRESS Sergipe, Dora Rosa Horlacher, reforça que a defesa dos direitos das mulheres é um compromisso inegociável da categoria e do Conselho.

“Nós, assistentes sociais, temos um papel fundamental na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. O CRESS Sergipe segue firme no compromisso de apoiar e fortalecer políticas públicas que garantam direitos, segurança e dignidade às mulheres. Neste 8 de março, reafirmamos a necessidade de resistir e avançar na luta por equidade de gênero, combatendo toda forma de violência e discriminação”, declara Dora Rosa.

O CRESS Sergipe parabeniza todas as mulheres assistentes sociais, usuárias e trabalhadoras pelo Dia Internacional da Mulher, reconhecendo sua importância na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Seguimos juntas na luta por direitos e pelo fim das desigualdades de gênero!

A presidenta do CRESS Sergipe, Dora Rosa Horlacher

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