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CRESS Sergipe apoia a luta dos movimentos sociais pela terra

Hoje, 17 de abril, é o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária e Dia Internacional das Lutas Camponesas, uma data de ação para um país extremamente desigual, que ainda concentra terras nas mãos de poucos.

O Conselho Regional de Serviço Social, 18ª Região (CRESS Sergipe), compreende que as esferas públicas precisam garantir direitos seja na saúde, na educação, na assistência social às populações assentadas, além disso, apoia a luta dos movimentos sociais pela terra e principalmente pela Reforma Agrária.

Conheça agora a história da agricultura assentada, Verônica Santana, do Assentamento Vitória da União, localizado em Santa Luzia do Itanhy, criado em 1990. O local existe a 34 anos, lá ela teve dois dos seus três filhos. “Aqui eu vivo com minha família, onde a gente desenvolve uma experiência agroecológica”, explica.

Para ela, a Reforma Agrária é muito importante, pois além de ser uma reparação histórica “para aqueles (as) que não tiveram acesso ou perderam um pedaço de terra, mas que tem na sua vocação a produção de alimento, de ter um pedaço de terra, é também uma conquista a partir dos nossos direitos, então um projeto de assentamento além de conquistar um pedaço de terra é uma busca permanente por direito de acessar a nossa cidadania”, esclarece Verônica.

A partir desse projeto é possível construir uma comunidade que irá fortalecer as relações comunitárias e de partilha, onde se luta por um lugar com moradia digna, saúde, educação no campo, “é onde vamos desenvolver nossos modos de vida, mas também tem uma resposta para o restante da sociedade, porque a partir dessas experiências que a gente vai produzir os alimentos que as cidades tanto necessitam e que hoje é uma grande problema, a fome para todos que não tem a oportunidade de produzir seu alimento ou que não tem as condições de acessar o alimento através da compra”, exemplifica a assentada Verônica.

Fazendo uma análise da experiência de Sergipe, Verônica Santana conta que os municípios que possuem assentamentos apresentam mudanças econômicas e políticas, pois essas cidades produzem vida, alimento, movimentam toda uma economia do local, traz mudanças políticas porque essas pessoas estão acostumadas em seus processos de mobilização, de organização e oferece reflexões importantes para os cidadãos.

Ela destaca ainda a importância do profissional do Serviço Social. “Desde que chegamos no assentamento procuramos dialogar com as universidades, com a academia sobre a importância de formarmos profissionais do Serviço Social comprometidos com a história e luta do povo, inclusive já temos filhas de assentados que passaram e estão cursando Serviço Social. Entender que o Serviço Social é importante por inserir na sociedade as grandes discussões a partir do direito e do entendimento que temos responsabilidade enquanto sociedade, mas além disso oferecer a reflexão de que a obrigação de garantias desse direito é do Governo, precisamos pensar que as políticas públicas têm um papel importante, mas que dialoguem com a vida das pessoas, com a diversidade que temos na sociedade. Por isso é de grande importância que possamos construir essa grande aliança entre agricultores e agricultoras, entre os vários povos, assentados, sem-terra com o Serviço Social”, analisa Verônica.

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