As ruas do centro comercial de Aracaju foram coloridas de vermelho, durante o ato que marcou a programação do Dia Nacional de Luta, realizado nesta sexta-feira, 29. Representado pela sua presidenta, Itanamara Guedes, o Conselho Regional de Serviço Social 18a. Região (CRESS/SE) participou da manifestação e prestou sua solidariedade aos trabalhadores em greve e reafirmou o compromisso da entidade com o conjunto da classe trabalhadora e com as bandeiras de luta defendidas no ato público.
Realizado pelo Central Única dos Trabalhadores e pelo SINTESE, o ato foi extremamente representativo, contando com a presença de dezenas de entidades sindicais e movimentos sociais, a exemplo do MST, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Motu, Sintufs, Adufs, Motu, DCE/UFS, e da central sindical Conlutas.
A manifestação reuniu representantes de movimentos sociais e sindicais, estudantes e trabalhadores, que foram às ruas manifestar sua indignação diante da criminalização das greves pelo Tribunal de Justiça de Sergipe e da precarização do trabalho através do Projeto de Lei que regulamenta a terceirização no país, o 4330. Os trabalhadores também lutam pela defesa da democracia, dos direitos trabalhistas e da implementação de uma Reforma Política profunda, que efetivamente modifique a estrutura de poder e que seja construída pelos movimentos sociais e pela população.
Solidariedade à greve dos educadores
Para protestar contra a criminalização do movimento sindical, os manifestantes saíram em passeata da praça General Valadão pelas ruas do centro da cidade, até a sede do Tribunal de Justiça de Sergipe, que na semana passada declarou a greve do magistério da rede estadual ilegal.
“O CRESS Sergipe está solidário à greve e luta dos professores e professoras porque entende que o direito à greve é legítimo, assegurado pela lei 7783/1989. Cercear esse direito é autoritário e representa uma ameaça à democracia. Ao declarar a greve ilegal ignorando os graves problemas enfrentados pela rede estadual de educação, o Judiciário Sergipano fecha os olhos para a realidade e demonstra que tem lado, mas que esse lado não é o do trabalhador”, declarou Itanamara.
Desmonte dos direitos sociais
Itanamara Guedes chamou a atenção para o projeto de desmonte dos direitos sociais e trabalhistas que afeta o Estado de Sergipe e que, mesmo antes de iniciar a gestão, em dezembro de 2014, já reduzia direitos da população, com a aprovação, na Assembleia Legislativa, da chamada reforma administrativa. “Presto aqui meu apoio à companheira assistente social da Pronese, que não sabe onde vai trabalhar segunda-feira, porque o órgão foi esvaziado por este Governo, que está oprimindo os trabalhadores de Sergipe em nome de uma dita reforma administrativa”, destacou.
Diante de um cenário de crescimento do conservadorismo, a presidenta chamou a atenção para a importância de fortalecimento da classe trabalhadora.“Essa luta é de todos os trabalhadores, seja ele do setor privado ou do setor público. Por isso, vamos continuar firmes, na luta e na resistência para derrotar este projeto burguês”, defendeu Itanamara.