O Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região (CRESS Sergipe) promoveu uma live especial no Dia Internacional da Mulher, na noite desta segunda-feira (8), com o tema “Atuação e luta por direitos das mulheres nas diversas esferas da sociedade”.
A live foi transmitida no Youtube do CRESS Sergipe, e teve o objetivo de retratar os diversos espaços ocupados pelas mulheres nas diversas áreas da sociedade e a temática pela luta por direitos.
A mediadora foi a assistente social do INSS, mestra em Serviço Social pela UFS e conselheira do CRESS-SE, Rita Regina, que falou sobre a processo histórico das lutas das mulheres. “As relações existentes entre homens e mulheres sempre foram construídas a partir de relações de dominação e a primeira dominação que se deu foi a dominação patriarcal, fazendo com que as mulheres fossem dominadas pelos homens, tanto nas relações familiares como na sociedade”, explicou.
A palestrante Valdilene Oliveira, que é advogada de Família e Criminalista, e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Instituto Ressurgir Sergipe, abordou durante a live a evolução das leis que ampliam os direitos das mulheres. “No passado, já fomos consideradas relativamente incapazes e isso foi milenarmente construído. Um dos marcos históricos foi em 1932 quando as mulheres conseguiram o direito de votar, mesmo com ressalvas, pois o marido tinha que permitir. Outros direitos foram incluídos com o Estatuto da Mulher Casada, de 1961. A mulher tinha que ter autorização do marido e a partir do estatuto a mulher podia exercer atividade fora da casa sem a permissão dele”, explicou a advogada, acrescentando a conquista do divórcio em 1977 que beneficiou mulheres que eram violentadas pelos maridos, além da Constituição de 1988 que ampliou e trouxe o marco para os direitos das mulheres, e também a Lei Maria da Penha que protege a mulher contra a violência doméstica.
Para a assistente social da Coordenadoria da Mulher do TJ-SE, Shirley Leite, que tratou o papel da Coordenadoria da Mulher no Enfrentamento da Violência Doméstica, a coordenadoria vem executando projetos e ações de articulação relativos à violência doméstica. “O Brasil é o 5º país em taxa de homicídios femininos. Cerca de 38,9% das mulheres morrem mais dentro de casa do que os homens, que são 14,4%. Além disso, uma em cada quatro mulheres já sofreu algum tipo de violência”, destacou a assistente social, afirmando ainda os principais tipos de violência e enfatizando que durante a pandemia, o isolamento social, o consumo de bebidas alcoólicas, o desemprego e a subnotificação aumentaram os casos de violência.
Durante a live, a palestrante Verônica Santana, militante dos movimentos feminista e agroecológico e do Movimento da Mulher Trabalhadora (MMT) de Sergipe e Nordeste, falou sobre as mulheres rurais do Nordeste e a luta por direitos. “A luta das mulheres é uma luta que vem de todos os tempos, mesmo havendo repressão, omissão, violência também houve muitas lutas e resistências. Esse não é um dia de festejar, já avançamos muito, mas precisamos avançar muito mais”, disse a militante.
De acordo com a presidente da Astra Sergipe e da Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil, Tathiane Araújo, as mulheres travestis e transexuais também lutaram por seus direitos. A palestrante abordou a constante deslegitimação da sociedade a identidade de gênero de mulheres travestis e transexuais. “Existem muitas fake news com relação as mulheres travestis e transexuais. Não podemos negligenciar e deixar que persigam os nossos direitos. É perverso deslegitimar, achar que as mulheres trans e transexuais estão tentando ocupar os lugares e espaços das mulheres. ‘Ah, cuidado, os homens querem ser mulher apulso’, frases assim são ataques errôneos e absurdos. Isso não existe”, ressaltou Tathiane.
A vereadora de Aracaju, Linda Brasil, que é mestra em Educação e ativista dos Direitos Humanos, falou sobre o papel e atuação da mulher trans na política. Linda foi a primeira mulher trans eleita vereadora em Aracaju e a vereadora mais bem votada nesta legislatura. De acordo com a parlamentar, está aqui na live falando da sua mandata na Câmara de Aracaju, é uma satisfação. “A minha mandata é coletiva, mas tenho certeza que muitas mulheres se sentem representadas com a nossa atuação”. A vereadora agradeceu a presença da presidente da Unidas, Jessica Taylor, que representou a mandata da parlamentar também durante a live e destacou a importância de inserção de mulheres trans no mercado de trabalho.
CONFIRA ABAIXO A LIVE COMPLETA NO YOUTUBE DO CRESS: