Dia de lutar por direitos e romper com a desigualdade entre homens e mulheres
O 8 de março surgiu das lutas das mulheres socialistas e feministas por igualdade salarial, por melhores condições de trabalho, pelo direito de participar da vida pública e pelo fim da opressão de gênero e da exploração de classe durante o século XIX.
O Dia Internacional da Mulher representa a luta de ontem e de hoje das mulheres por Igualdade, Liberdade, Autonomia, Justiça Social e Democracia. Uma data para refletirmos sobre os fundamentos e as manifestações da opressão de gênero, que mesmo depois de mais um século da luta feminista, a opressão e a discriminação.
Exemplos das desigualdades vemos no dia a dia, como a diferença salarial entre homens e mulheres, entre as mulheres brancas e negras/pardas; a tripla jornada de trabalho; a sub-representação das mulheres na política e nos espaços de poder; a violência doméstica; a violação de direitos; a vinculação da imagem da mulher a uma mercadoria, objeto de desejo por determinados segmentos da sociedade, a exemplo do mercado, da mídia e do discurso de alguns políticos.
Por isso, não podemos permitir que o capitalismo se aproprie desta data, tentando transforma-la em um dia consumo, nem podemos fazer do 8 de março um dia festivo, porque ao fazermos isso cometemos o erro de descaracterizar a luta das mulheres e de escamotearmos a opressão de gênero, opressão essa que tem violado os direitos das mulheres e matado milhares de nós no Brasil, uma média de 5.664 por ano. A cada uma hora e meia uma mulher é assassinada.
No ultimo século obtivemos inúmeras conquistas. Mais recentemente, no Brasil, os Governos de Lula e Dilma avançaram construindo a Politica Nacional de Direito da Mulher, por meio da criação da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, da Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher, a Lei Maria da Penha e diversos programas sociais, como o programa de qualificação profissional Mulheres Mil, Pronaf Mulher etc.
Muito já conquistamos, mas precisamos avançar mais, fortalecendo e construindo mais politicas públicas para as mulheres, colocando as pautas feministas na ordem de prioridade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e eliminando, de vez, com o machismo na sociedade.
Portanto, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é dia de dar visibilidade às lutas das mulheres contra o machismo e a exploração das mulheres trabalhadoras reafirmando as nossas bandeiras de lutas:
– Pelo o fim do machismo.
– Pelo fim das diversas formas de opressões de gênero, étnico-racial, orientação sexual, credo, geracional.
– Pelo fim da exploração de classe.
– Pelo fim da violência contra a mulher.
– Pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem redução de salário.
– Pela igualdade salarial entre homens e mulheres.
– Por mais politicas públicas para as mulheres: criação de mais creches; construção de lavandeiras e cozinhas comunitárias; fortalecimento das ações do programa saúde da mulher; ampliação dos programas sociais destinados as mulheres da cidade, do campo e da floresta.
– Pela Implantação de mais Delegacias Regionais de Atendimento a Mulher
– A implantação das varas especializadas para o atendimento das mulheres no Judiciário.
– Fortalecimento dos órgãos gestores da politica, como coordenadorias/ secretarias municipais de Politicas Públicas para as Mulheres e dos conselhos do direito da mulher.
CRESS/SE
Texto produzido Por Itanamara Guedes Cavalcante