A presidente do Conselho Regional de Serviço Social18a. Região – Sergipe (CRESS/SE), Itanamara Guedes ocupou a tribuna durante sessão itinerante da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira, 25, para abordar a necessidade de investimentos em polícias públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.
Ao registrar a passagem do Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, nesta quarta-feira, ela destacou o simbolismo do dia, que marca o início da campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. “O sertão sergipano é a segunda região do Estado com maiores índices de violência contra a mulher”, lamentou Itanamara.
Ela destacou que a violência praticada contra a mulher não é apenas física. “Uma das formas de violência que a maior parte das nossas mulheres sofre é a falta de atendimento nos serviços públicos de qualidade. As mulheres do sertão, por conta do funcionamento inadequado da maternidade para o alto sertão tem de se deslocar para outras cidades a fim de realizar seus partos, a exemplo do município de Capela, Itabaiana ou Aracaju”, denunciou.
Uma das alternativas para contribuir com a superação da violência contra a mulher, aponta Itanamara, é a ampliação do investimento na política de Assistência Social com vistas ao fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Ela aproveitou para solicitar aos deputados presentes na sessão itinerante que apresentem indicação ao Governo do Estado com o objetivo de aumentar o repasse do recurso fundo a fundo voltado para a política de assistência social.
“Não apenas as mulheres vítimas de violência serão beneficiadas com o investimento nessa pasta, mas também a juventude, os idosos, crianças e adolescentes e toda a população em situação de vulnerabilidade social”, sugeriu.
DAGV para o Sertão
Em agosto deste ano, foi realizada uma audiência pública no município, momento em que o Secretário de Estado da Segurança Pública, Mendonça Prado, anunciou a instalação de uma Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis, que irá atender e acompanhar os casos de violência de gênero no sertão. A reivindicação é antiga na população da região.
Servidores
“Nós mulheres, estamos sofrendo uma grande violência, enquanto trabalhadoras, pois a maioria dos servidores públicos são mulheres e as prefeituras municipais, assim como o governo do Estado tem pagado os salários com atrasos e de forma parcelada”, lamentou Itanamara, aproveitando para convocar os/as, assistentes sociais que atuam nas políticas públicas em âmbito municipal para se somar à luta por salários e condições de trabalho dignas e seguir em defesa da classe trabalhadora.
Ela lembrou do ato público que será realizado na manhã desta quinta-feira pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Federação dos Trabalhadores na Administração e do Serviço Público Municipal de Sergipe (FETAM) e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (SINTESE). A manifestação, cujo objetivo é denunciar essas irregularidades e o parcelamento dos salários dos servidores, acontece a partir das 7h, em frente ao Tribunal de Contas do Estado. “De acordo com o DIEESE, osetor que mais emprega em Sergipe é o serviço público. Se nós não temos o pagamento em dia, a economia do Estado é prejudicada”, alertou a presidente.