O mês de maio é um período especial para as (os) assistentes sociais, marcado por celebração, luta e intensos debates em torno das questões sociais que permeiam a profissão.
Desde o 15 de maio, Dia da (do) Assistente Social, o Conselho Regional de Sergipe 18ª Região (CRESS Sergipe) tem realizado uma série de atividades em homenagem aos profissionais do Serviço Social. Esses eventos não apenas celebram as conquistas da profissão, mas também abrem espaço para a discussão e reflexão sobre os desafios enfrentados pelos assistentes sociais no exercício de suas funções.
No dia 17 de maio, o CRESS Sergipe organizou uma Oficina Regionalizada na cidade de Itabaiana, que contou com a participação de assistentes sociais de toda a região. O destaque do evento foi a palestra da assistente social, Profª Dra. Flávia Augusta Santos de Melo Lopes, que abordou o tema “Serviço Social na luta Anticapacitista: Por um Brasil de pessoas humanamente diferentes e totalmente livres”. A palestra proporcionou um espaço valioso para explorar questões relacionadas à inclusão e à promoção da diversidade em um contexto social complexo.
No dia 22 de maio, o evento se repetiu na cidade de Lagarto, com o mesmo tema e a mesma palestrante, ampliando assim o alcance e o impacto das discussões sobre o papel do Serviço Social na luta pela igualdade e pela emancipação das pessoas. As atividades promovidas pelo CRESS Sergipe durante este mês não apenas fortalecem a comunidade de assistentes sociais, mas também servem como um chamado à ação para enfrentar os desafios emergentes e defender os direitos humanos e a justiça social.
Segundo a presidenta do CRESS, Dora Rosa Horlacher, neste contexto, é fundamental reconhecer o papel crucial das (os) assistentes sociais na promoção da equidade e na defesa dos direitos das populações vulneráveis. “Em meio a um cenário social desafiador, esses profissionais continuam a desempenhar um papel vital na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as pessoas possam viver com dignidade. O mês de maio não apenas celebra suas conquistas, mas também reafirma o compromisso dos assistentes sociais com a transformação social e a construção de um mundo mais humano e solidário”.
A presidenta do CRESS, Dora Rosa Horlacher
Palestrante das Oficinas Regionalizadas realizadas pelo Conselho, a Dra. Flávia Augusta Santos de Melo Lopes citou que o CRESS cumpre um papel muito importante na condução do processo de formação complementar dos assistentes sociais em Sergipe e como um tema definido pelo conjunto CEFESS/CRESS, “é muito relevante dialogar com profissionais do nosso estado sobre essa perspectiva da luta anticapacitista. Então, foi muito importante pensar as oficinas a partir dessa realidade que tem sido cada vez mais presente na sociedade e nos espaços de trabalho dos assistentes sociais. Há um outro elemento que justifica a importância das oficinas, que é reafirmar o compromisso que nós assistentes sociais temos com a classe trabalhadora e com as demandas que vêm dessa classe trabalhadora, inclusive refletindo a partir do ponto de vista do nosso projeto ético-político e do que o nosso código de ética aponta como direção em princípios para o nosso trabalho profissional, o combate ao preconceito, as discriminações, o acesso às políticas e programas sociais dos grupos menos favorecidos. Então, foi muito importante também refletir a luz desse projeto de profissão que nos orienta para a defesa dos direitos das populações socialmente discriminadas e vulnerabilizadas e o grupo de pessoas com deficiências compõe essa população”, lembrou.
Flávia Augusta é assistente social há 16 anos. Atualmente atuo nos cursos de Serviço Social em nível de graduação e pós-graduação. Na graduação, na Universidade Federal de Alagoas e na pós-graduação, no curso de mestrado, na Universidade Federal de Sergipe. “O que eu vislumbrei, com as oficinas, primeiro que a minha perspectiva foi de dialogar com minhas colegas e meus colegas que participaram, tanto por uma questão de interiorização do debate no Estado, mas também pela perspectiva de suscitar questionamentos, provocar reflexões, abrir possibilidades que os profissionais desenvolvem essa perspectiva de buscar mais conhecimento e mais informações sobre o tema. Inclusive, uma das colegas mencionou na oficina, de que se sentiu inquieta e que a partir da oficina ela iria buscar mais informações e conhecimentos”, finalizou a professora.
A Profª Drª. Flávia Augusta Santos de Melo Lopes palestrante das duas Oficinas Regionalizadas
Participantes
Para a assistente social Susana Rezende Lima, que atua no Centro de Referência da Assistência Social da cidade de Campo do Brito, a temática trabalhada na Oficina é de extrema relevância para sua atuação profissional, pois nos espaços sócio-ocupacionais lida diariamente com sujeitos sociais de direitos que sofrem diariamente os rebatimentos do capacitismo, “e nós profissionais de Serviço Social temos o dever ético de combate-lo e viabilizar direitos. A exposição da profª. Dra. Flávia Augusta foi muito clara, objetiva e estimulante para a reflexão do nosso fazer profissional”, contou.
Susana Rezende Lima atua profissionalmente na Política de Assistência Social
Há 12 anos Susana Rezende Lima atua profissionalmente na Política de Assistência Social. Durante esses anos passou na política de saúde, na docência e como perita Externa do Tribunal de Justiça de Sergipe. Ela destaca como elevado o grau de importância dos eventos realizados pelo Conselho, “é preciso chamar a categoria para discussões e reflexões coletivas, fundamentais para um fazer profissional ético e qualificado. Todos os anos participo da programação realizada pelo CRESS na Semana do Assistente Social, e também já participei de diversos outros eventos”, relatou.
Assistente social desde 2011, Cristiane Soares de Oliveira, atualmente coordena o departamento de Políticas Públicas para Mulheres e o Centro de Referência de Atendimento à Mulher do município de Lagarto, também esteve presente na Oficina Regionalizada e fez questão de elogiar a palestra da Profª Dra. Flávia Augusta, “a professora contribuiu muito para a atualização de meus conhecimentos sobre a temática. A programação e tema proposta pelo conjunto CFESS/CRESS par celebrar o Dia do Assistente Social 2024 foi pertinente, pois precisamos ser atentos e ativos diariamente no combate ao capacitismo nos nossos espaços de trabalho. A desatenção a essa temática pode nos levar a uma prática insensível as reais demandas desse público, já tão estigmatizado pela sociedade”, observou a profissional.
Cristiane Soares de Oliveira (no Centro) participou da Oficina Regionalizada de Lagarto
Cristiane destacou os números apresentados pela palestrante “Dra. Flávia trouxe números bem expressivos de pessoas com deficiência que existem em nosso Estado e no Nordeste, que nos provocara no sentido de ampliar o nosso olhar para um atendimento mais qualificado aos grupos de pessoas que geralmente são atingidas pelo capacitismo e de nossa responsabilidade enquanto categoria profissional para correções de comportamentos excludentes”, citou.
Guia Capacitismo
Para saber mais sobre o assunto, acesse a uma cartilha indicada pela profª Dra. Flávia Augusta Santos de Melo Lopes.
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2024/janeiro/Guia_Capacitismo_03_11_23.pdf