Cerca de duas mil pessoas, entre trabalhadores, gestores e usuários da política de saúde participaram da 7ª Conferência Estadual de Saúde de Sergipe. Entres os 640 delegados que integraram o encontro, estavam presentes duas conselheiras do CRESS Sergipe: Cláudia Itatiana e Diléa Lucas de Carvalho.
Com o tema “Democracia em saúde”, a conferência debateu e aprovou propostas em três eixos: saúde como direito; consolidação dos princípios do SUS; e financiamento e gestão. A realização é do Conselho Estadual de Saúde (CES).
As conselheiras acompanharam a aprovação de propostas fundamentais para a política de saúde, que irão compor o relatório para Conferência Nacional, a exemplo do pedido de revogação da nota técnica 11, que desmonta a política de saúde mental e da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos públicos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país, inclusive a saúde. “Na conferência, reafirmamos a defesa do Sistema Único de Saúde enquanto política pública universal, gratuita e 100% estatal”, demarcou Diléa, reforçando que esta foi a principal defesa feita durante a conferência.
“A participação da sociedade na definição das políticas de saúde é um princípio que orienta o sistema público de saúde, e as conferências consolidam essa participação através de trabalhadores, usuários e gestores”, completou Cláudia Itatiana.
Cláudia garante que, enquanto assistentes sociais, as conselheiras defenderam as bandeiras de luta da categoria. “Precisamos nos reafirmar como profissionais de saúde, ratificar a necessidade de garantir espaço na ESF enquanto profissional essencial para entender e analisar os determinantes sociais da saúde e para buscar a garantia dos princípios de equidade, integralidade e universalidade em consonância com o nosso projeto ético político”, apontou Cláudia.
Representatividade Sergipana
Diléa destacou ainda a participação histórica nessa conferencia estadual. “Os delegados ficaram em atividade até mais de 1h da manhã”, apontou.
Para ela, um dos aspectos que marcou a conferência foi a vigência do regulamento, que prevê o sorteio de delegados para a próxima etapa por regionais. “Isso permitiu que houvesse uma grande representatividade dos municípios sergipanos na conferência nacional, diversificando assim os atores políticos que representam Sergipe fora do Estado. Nossos municípios terão mais voz na etapa nacional”, comemorou a conselheira.
Propostas
A Conferência Estadual de Saúde avaliou mais de 2.500 propostas elaboradas durante as conferências municipais, realizadas em cada um dos 75 municípios sergipanos. Durante a conferência estadual, foram elaboradas cerca de 200 propostas. Destas, cerca de 20 propostas serão encaminhadas para compor o relatório da Conferência Nacional de Saúde, que acontece entre 4 e 7 de agosto deste ano. “É um longo e democrático processo de construção da política pública de saúde em todo o país”, destacou Diléa.