A população brasileira tem acompanhado pela mídia notícias sobre as chuvas e as enchentes que devastaram parte dos Estados de Pernambuco e de Alagoas, no Nordeste do país. De acordo com informações do Ministério da Integração divulgadas pela Folha, o número de mortos em ambos os Estados chegou a 57; os desabrigados ultrapassaram os 50 mil; e mais de 33 mil casas foram afetadas. Campanhas de arrecadação de mantimentos vêm sendo organizadas, inclusive por meios de comunicação, mas pouco se fala sobre as verdadeiras causas das enchentes. Em vista a todos esses acontecimentos, o CFESS divulgou nesta quinta-feira, 8 de julho, uma carta manifestando apoio aos/às trabalhadores/as de Pernambuco e Alagoas. No documento, o Conselho Federal se solidariza com a população nordestina vitimada pelas enchentes e destaca o trabalho de assistentes sociais que estão junto às famílias desabrigadas e desalojadas. “Profissionais que estão desempenhando suas atividades com o compromisso com as necessidades dos trabalhadores/as e na defesa da qualidade dos serviços prestados à população”, diz a carta. Em junho, durante a Conferência das Cidades, em Brasília, o Conselho Federal já havia chamado a atenção para o caso. “O que as pessoas têm que entender é que estes fatos são mais do que fenômenos naturais; são problemas sociais decorrentes de uma política de caráter neoliberal de desenvolvimento urbano adotada pelos governos”, criticou a conselheira Tânia Maria Ramos de Godói Diniz na ocasião. A carta vem reafirmar este posicionamento. “É preciso refletir por quais razões a classe trabalhadora sofre com as enchentes. As tragédias são atribuídas às chuvas, numa clara responsabilização da natureza. Contudo, a ausência de planejamento urbano e a insuficiência de políticas habitacionais que promovam efetivamente a construção de cidades inclusivas são os grandes responsáveis por eventos como estes, que acabam em tragédias e quase sempre atingem os mais pobres” afirmou o conselheiro do CFESS Marcelo Sitcovsky.

Fonte: Site CFESS