No difícil cenário político que enfrentam aqueles que defendem um modelo de sociedade igualitário, se faz necessária a organização da classe trabalhadora em todo e qualquer espaço. Por isso, os/as assistentes sociais tiveram mais um encontro para analisar e deliberar sobre o seu fazer profissional. Trata-se da Assembleia Geral da categoria, realizada na tarde da última sexta-feira, 20.
Durante a Assembleia, a representante da base – e ex-conselheira do CRESS Sergipe – Magaly Nunes de Goes, e o conselheiro Helenilton Dantas, representante da gestão, apresentaram os principais repasses do 46º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS, realizado entre os dias 7 e 10, em Brasília.
O evento, que é anual, faz tradicionalmente o balanço da conjuntura do país e os rebatimentos para os/as assistentes sociais nas mais diversas políticas. “Este encontro é muito importante porque as entidades da categoria deliberam sobre o que os assistentes sociais devem fazer para fortalecer a própria categoria, as políticas públicas e a classe trabalhadora”, explica Magaly,
Este ano, o encontro teve também o objetivo de formular ações que deverão ser implementadas pelo conjunto CFESS CRESS ao longo dos próximos três anos, período das novas gestões dos conselhos, que tomaram posse em maio deste ano. O próximo encontro do conjunto acontece em 2018 com o objetivo de monitorar o planejamento realizado no encontro deste ano, como uma forma de avaliar as ações processualmente.
Segundo Magaly, o conjunto CFESS/CRESS planeja suas ações a partir dos eixos: Orientação e Fiscalização; Administrativo e Financeiro; Ética e Direitos Humanos; Seguridade Social; Comunicação; Relações Internacionais; Formação Profissional; e Plano de Lutas. A partir dos debates em cada eixo, a categoria define o conjunto de deliberações para o próximo triênio.
Ela explicou ainda que, além do Encontro Nacional no próximo ano, o coletivo de profissionais deliberou pela realização dos seguintes eventos: Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, que acontece em 2019; Seminário Nacional sobre Direitos Humanos com foco na questão étnico-racial; o Seminário Nacional de Assistência Social; Seminário Nacional do Trabalho do Assistente Social com Drogas e Saúde Mental; Seminário Nacional do Trabalho do Assistente Social no âmbito Sociojurídico; e Seminário Nacional de Assistência Estudantil.
Gilsilene Lacerda, conselheira do CRESS Sergipe que participou do Encontro Nacional chamou a atenção para o papel de vanguarda dos/as assistentes sociais no que diz respeito à democracia interna. “Somos provavelmente a única categoria que se organiza neste nível de aprofundamento de análises, debates e construção coletiva de um projeto profissional e de sociedade, que passa pela construção do planejamento, de elaboração dos instrumentos de análise e pelas avaliações processual e final”, ressaltou a conselheira.
Anuidade: Reajuste será menor que a inflação
Durante a assembleia geral, os/as assistentes sociais aprovaram por unanimidade o reajuste da anuidade do CRESS Sergipe para o exercício de 2018, que foi de apenas 2,8%. Neste sentido, o conselheiro André Dória, dialogou com a categoria sobre o assunto e explicou que o CRESS Sergipe considerou o cenário de crise no momento de deliberar a proposta de reajuste.
“É preciso levar em conta o momento em que estamos, marcado pela crise financeira e pelo parcelamento de boa parte dos salários dos trabalhadores do serviço público, principal espaço sócio ocupacional dos/as assistentes sociais. Diante deste cenário, a proposta apresentada pelo CRESS Sergipe é de 2,8%, índice inferior à inflação prevista para 2018”, destacou o conselheiro.
A conselheira-presidente do CRESS, Edlaine Sena, reforçou a importância de a categoria manter em dia o pagamento da anuidade, explicando que estes recursos são a principal – e praticamente única – fonte de renda do conselho. “É com a contribuição anual da categoria que o CRESS mantém sua estrutura física e administrativa, o que inclui as despesas fixas do conselho e pagamento de pessoal e consultorias, por exemplo”, explicou a presidente.
“O profissional tem o retorno de sua contribuição por meio das ações do CRESS, primeiro através do desenvolvimento de sua função precípua, que é orientar e fiscalizar o exercício profissional, e, na mesma medida, a defesa da profissão, por meio da defesa incessante das nossas bandeiras de luta e do nosso projeto ético-político”, completou Edlaine.
A assistente social Iolanda de Oliveira, inscrita no CRESS Sergipe há 32 anos, defendeu durante a assembleia a necessidade de a categoria priorizar o compromisso de se manter adimplente com o regional.
“Se queremos exercer legalmente nossa profissão, precisamos estar adimplentes com nosso conselho de classe. Se queremos um CRESS fortalecido e atuante na defesa da nossa profissão, das políticas públicas e dos nossos compromissos éticos-políticos, temos que contribuir pagando este tributo. Sabemos que a crise financeira tem tornado esta tarefa mais difícil, mas o CRESS Sergipe oferece diversas opções de parcelamento, incluindo o uso de cartão de crédito”, destacou a assistente social.
Vale lembrar que, ao adotar um índice de reajuste abaixo da inflação, oportunizar parcelamentos e o uso do cartão de crédito para quitar a anuidade, o CRESS Sergipe pretende reduzir o índice de inadimplência, que permanece acima de 50% da categoria. “Trabalhamos numa perspectiva educativa junto à categoria, no sentido de sensibilizá-la para a importância da adimplência”, finalizou Edlaine Sena.