Em comemoração ao Dia Mundial do Orgulho LGBT, entidades de direitos humanos de Lésbicas, Gays, Bissexual e Transexual realizam em Sergipe a 1ª Semana da Consciência LGBT. O evento será aberto no dia 22 de novembro, às 19h, no Centro de Criatividade de Sergipe.
Nos dias 04 e 05 de dezembro, o evento acontecerá na Sociedade Semear, rua Vila Cristina, n°148, com palestras, entrega do Troféu Dr. Eduardo Barbosa e lançamento do livro Viagem Solitária – Memória de um Transexual 30 anos depois, do professor Nery, primeiro transhomem operado no Brasil.
A obra será lançada no dia 05, às 14h, na Sociedade Semear. O livro autobiográfico conta a história de João Nery, que no final da década de 70 fez uma cirurgia de mudança de sexo. No livro, o autor relata as dificuldades quanto à mudança do nome e a conquista da paternidade.
O evento é organizado pela Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhons), Unidas, Movimento de Lésbicas de Sergipe (Mols) e União de Negros pela Igualdade (Unegro). As inscrições podem ser feitas de segunda à sexta-feira, das 14h às 18h, na sede da Adhons, Rua Santo Amaro, n° 59, Sala 16, no Centro de Aracaju.
A comunidade LGBT engloba pessoas de todos os níveis, raças e nacionalidade que lutam por igualdades de direitos. Já existem algumas políticas públicas em tramitação e outras já efetivadas para essa comunidade, como por exemplo, o acesso à saúde pública, onde foi feito pelo ministro da saúde José Gomes Temporão, de que o Sistema Único de Saúde (SUS) realizará a cirurgia de mudança de sexo gratuitamente. Isto pode ser considerado um salto no tocante às políticas voltadas para a comunidade LGBT. Em outros países esse tipo de operação é considerado comum e realizado há bastante tempo.
Esta população reivindica atendimento às necessidades consideradas específicas, como por exemplo, o combate à epidemia HIV/Aids, maior atenção para com doenças sexualmente transmissíveis e com a saúde mental, além dos devidos cuidados contra a agressão física. É no contexto da atual conjuntura da sociedade capitalista, que emergem as instituições da categoria do Movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), tendo como finalidade a luta por políticas públicas e pela consagração dos direitos sociais.
“O Serviço Social precisa trabalhar de forma a ampliar os sistemas de garantias de direitos da população LGBT, respeitando a diversidade, a autonomia e a pluridade de idéias e opiniões, eliminando toda e qualquer forma de preconceito e/ou discriminação, agindo de acordo com o que preconiza o Código de Ética Profissional, através dos seus princípios fundamentais. E, dentro desta perspectiva, é fundamental buscar desenvolver um trabalho em rede, articulando a intersetorialidade entre as políticas públicas, sejam elas nas áres de saúde, educação, assistência social, trabalho, justiça, entres outras. Atuar de forma incisiva na cobrança ao poder público por políticas e leis que garantam a os direitos e a cidadania desta população também é um importante papel do(a) assistente social.”, pontuou a Assistente Social e Conselheira do CRESS/SE, Clousevânia de Souza Marinho.
Consciência LGBT
Inicialmente, a sigla utilizada para identificar o grupo de pessoas que sentem afetividade por outras do mesmo sexo era GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). Com o desenvolvimento do movimento contra a Homofobia e da livre expressão sexual, a sigla GLS foi modificada para GLBS (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Simpatizantes), e posteriormente mudada para GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros) e LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros). A alteração da sigla GLBT para LGBT foi aprovada na primeira Conferência Nacional GLBT realizada em Brasília entre os dias cinco e oito de junho de 2008. Esta mudança foi concretizada a fi m de valorizar as lésbicas na sua orientação sexual, levando em consideração o histórico de discriminação que a mulher sofre pelo fato de ser mulher.
O movimento homoafetivo brasileiro não é uma entidade e nem um órgão, mas sim, uma manifestação sociopolítica e cultural com o objetivo de reconhecer a diversidade sexual humana e lutar pela igualdade de direitos diante da lei brasileira. Esse movimento não tem uma data exata do seu início, mas pode-se inferir que as manifestações contra este preconceito datam da década de quarenta, com ênfase na década de setenta.
É importante enfatizar que, a homoafetividade não é crime nem doença, ilegal é a discriminação. Segundo nossa Constituição Federal de 1988, somos todos iguais, deste modo, podemos dizer que existe 73 leis orgânicas de municípios, e 03 constituições estaduais que proíbem a discriminação por orientação sexual.