Hoje, o Brasil é marcado por uma data que não há o que comemorar, o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, uma data marcada por ações, reflexões e mobilizações em prol de uma das parcelas mais vulneráveis da sociedade, um grupo social que ainda é invisível.

A situação de rua é um fenômeno complexo e multifacetado, resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos e políticos. Como exemplo, o presidente em exercício do Conselho Regional de Serviço Social da 18ª Região (CRESS-SE), Walisson Hipólito destaca o desemprego, falta de moradia, problemas de saúde mental, violência, e ausência de suporte familiar como algumas das causas que levam milhares de pessoas a viverem nas ruas de Sergipe e do Brasil.

“O cenário é agravado por estigmas e preconceitos que muitas vezes invisibilizam essas pessoas, dificultando o acesso a direitos fundamentais. Nesse contexto, o trabalho das(os) assistentes sociais surge como uma força vital para por meio das leis assegurar que a população em situação de rua seja vista, ouvida e assistida. Em Sergipe, as (os) profissionais do Serviço Social desempenham um papel crucial em diversas frentes de atuação”, explica ele.

O Papel Transformador das(os) Assistentes Sociais 

1. Defesa de Direitos: 

Assistentes sociais trabalham incansavelmente para garantir que a população em situação de rua tenha acesso aos seus direitos básicos, como saúde, educação, e assistência social. Através de campanhas de conscientização e mobilização, eles lutam contra a discriminação e pela inclusão dessas pessoas em políticas públicas.

2. Articulação Interinstitucional:
   A complexidade da situação de rua exige uma abordagem intersetorial. As(os) assistentes sociais em Sergipe atuam em parceria com diversas instituições, como Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro Pop), abrigos, e organizações não-governamentais, para oferecer um atendimento integral e articulado.

3. Acompanhamento Individualizado:
   Cada pessoa em situação de rua tem uma história única, e os assistentes sociais reconhecem a importância de um atendimento qualificado. Eles realizam abordagens sociais, escuta qualificada e construção de vínculos, respeitando as particularidades e necessidades de cada indivíduo. Esse trabalho é fundamental para promover a reintegração social e resgatar a autoestima e a dignidade dessas pessoas.
4. Incidência Política e Formação de Políticas Públicas:
   Além do atendimento direto, as(os) assistentes sociais em Sergipe têm um papel fundamental na formulação de políticas públicas. Eles atuam em conselhos, comitês e fóruns, levando a voz da população em situação de rua para o centro das discussões políticas e pressionando por mudanças estruturais que possam realmente transformar essa realidade.

Desafios e Esperança

Embora o trabalho realizado seja grandioso, as(os) assistentes sociais enfrentam inúmeros desafios. A falta de recursos, a precarização do trabalho e a resistência de parte da sociedade em reconhecer a dignidade dessas pessoas são barreiras que precisam ser constantemente superadas. No entanto, a luta persiste, impulsionada pela convicção de que todos têm direito a uma vida digna.

Neste Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, o CRESS Sergipe e as (os) assistentes sociais renovam seu compromisso com a defesa intransigente dos direitos humanos. Seu trabalho diário é um lembrete poderoso de que, mesmo nas situações mais adversas, é possível fazer a diferença, transformar vidas e construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.