Mais um módulo do Curso de Serviço Social e Crise Sanitária foi realizado na noite de terça-feira, 30, pelo Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região (CRESS Sergipe). O Módulo 3 teve como tema “A atuação da/o assistente social na saúde em tempos de pandemia: particularidades do estado de Sergipe” e contou como ministrantes a assistente social Rodriane de Oliveira Souza, professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ) e doutoranda em Serviço Social pela UFRJ; e da assistente social Vandeiziana Alves da Silva Dias, que trabalha na oncologia do HUSE e no CAPS de Itabaianinha. Dessa vez, o mediador do curso foi o conselheiro do CRESS/SE, Felipe de Oliveira, que agradeceu a participação de todos no curso e enfatizou a importância da formação continuada para os/as profissionais do serviço social.
Iniciando a discussão do curso, a assistente social Rodriane de Oliveira parabenizou o CRESS pela iniciativa de qualificar os/as profissionais para a intervenção do serviço social no contexto da pandemia, não só os profissionais de Sergipe, mas de todo o Brasil, que se inscreveram no curso. Sobre o tema do 3º módulo, Rodriane destacou a atuação dos/as assistentes sociais que estão na linha de frente. “Estamos vivendo um contexto de uma pandemia mundial, de emergência em saúde pública, que apresenta e deixa mais evidente as desigualdades próprias do modo de produção capitalista. Isso nos coloca a repensar a ideia de que o novo coronavírus era democrático porque atinge todas as classes sociais, pois os mais de 10 milhões de infectados no mundo, reafirmam a crise das condições sociais. O Brasil é o segundo país em números de casos de contaminação e mortalidade por Covid-19 e, nesse cenário, os/as assistentes sociais tem novos dilemas e desafios de trabalho, pois eles/as têm o dever ético de participar dos programas de socorro à população e o ponto de partida é avaliar a determinação social do processo saúde/doença”, afirmou.
Vandeiziana Dias explicou durante o curso as mudanças e adaptações do seu trabalho, principalmente no Huse, diante da pandemia. “Não só o serviço social, mas todas as áreas tiveram adaptações e mudanças nos fluxos de rotina, a partir do momento que a OMS declarou a pandemia do novo coronavírus. Como trabalho na área da oncologia, fizemos uma adaptação do espaço para que os pacientes oncológicos não deixassem de ser atendidos. A mudança maior foi com relação às visitas que foram suspensas e isso geram angústias nas famílias e reflete no serviço social, pois os familiares querem saber notícias dos pacientes e o maior problema é que muitas informações são técnicas, os médicos que precisam passar. Os assistentes sociais não têm atribuição para passar informações clínicas e técnicas sobre o paciente, assim como a comunicação de óbitos. O serviço social fica responsável por manter o contato dos familiares, fazer a ponte de contato entre a família e os médicos, além de saber quem é o familiar responsável. E nesse período de pandemia a demanda aumentou, pois a todo momento os familiares procuram o serviço social”, explicou.
De acordo com a presidente do CRESS/SE, Dora Rosa, o curso faz parte do cumprimento à carta-programa da Gestão “É preciso Estar Atento e Forte” – 2020/2023, e vem sendo realizado em uma plataforma online (Sympla/Zoom), dividido em 05 módulos. “Essa iniciativa do curso está sendo muito positiva. Estamos recebendo e-mails e mensagens de elogios da categoria concordando com essa iniciativa de realização do curso”, pontuou a presidente do CRESS/SE.
Cada módulo conta com dois facilitadores e um mediador e tem o objetivo de oferecer uma reflexão crítica sobre o exercício profissional do/da assistente social no contexto da pandemia e os principais desafios postos pela conjuntura brasileira.