O Serviço Social Brasileiro nos últimos 30 anos esteve ao lado da classe trabalhadora construindo a democracia e a luta pela cidadania no Brasil. A direção ético-política da profissão traz como valores centrais a defesa da liberdade, a ampliação e consolidação da cidadania, a defesa do aprofundamento da democracia enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida.
A atual conjuntura do país esta marcada pela onda fascista e pelo processo de golpe político/midiático/jurídico comandado por setores da oposição (PSDB/PMDB), do poder Judiciário (Sergio Moro/Gilmar Mendes) e da polícia Federal, aliados a mídia (Rede Globo/Estadão/Veja/Folha) e a FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo) que tem colocado em xeque o Estado Democrático Direito.
Com a justificativa de combater a corrupção impregnada no aparato estatal, vivenciamos um verdadeiro Estado exceção com ataques frontais aos preceitos constitucionais, seja por meio da operação Lava Jato – comandada pelo Juiz Sergio Moro, que vem promovendo uma justiça seletiva, perseguindo e atacando um único partido – seja através do vazamento seletivo de informações que estão sobre segredo de justiça para a Rede Globo com o objetivo de insuflar parcela da população a ir às ruas, seja pelo o processo de impeachment comandado por Eduardo Cunha, (este sim, réu na Lava Jato), sem nenhuma base legal jurídica contra a Presidente da Republica Dilma Rousseff, eleita democraticamente pelo povo brasileiro.
O golpe político/jurídico/midiático que está em curso no nosso país faz parte do processo de ofensiva do capital financeiro internacional que vem atravessando mais uma crise aguda desde 2008 e que agora tal crise atinge a nossa economia e de outros países em desenvolvimento. Esse golpe tem como objetivo central o ataque aos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais visando destruir o trabalho protegido por meio da desregulamentação das relações de trabalho e reduzir os ganhos sociais conquistados nos últimos anos pelos segmentos historicamente excluídos da sociedade, como mulheres, jovens, crianças e adolescentes, negros, LGBT, entre outros.
Em meio a esse contexto social turbulento, a classe trabalhadora por meio de suas organizações partidárias, sindicais, movimentos sociais e populares, conselhos de classes, intelectuais, juristas e artistas reafirma a luta social e de classe nesse país resistindo ao golpe, defendendo a democracia e os direitos, combatendo a política de ajuste Fiscal da Presidente Dilma, que não atende os anseios populares.
Diante desse cenário político adverso, a atual direção do Conselho Regional de Serviço Social 18a. Região – Sergipe vem manifestar seu apoio e se soma aos demais trabalhadores e suas organizações na luta contra o Golpe, em Defesa da Democracia e dos Direitos, assim como reafirma o seu compromisso contra o ajuste fiscal e o PLC 257. Conclamamos os Assistentes Sociais a refletirem sobre tal conjuntura e reafirmar o compromisso ético – político da nossa profissão em defesa da liberdade, democracia, justiça social e cidadania.
Aracaju, 31 de março de 2016
Gestão Ousar, Lutar, Avançar!