Neste Dia Nacional da Consciência Negra, o CFESS faz um chamado à categoria profissional para bradar: Com racismo não há liberdade. A frase é uma alusão ao slogan “Sem movimento não há liberdade”, da campanha de gestão “No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência”.
Segundo o Mapa da Violência 2012, produzido pelo Instituto Sangari, apesar do número de homicídios entre a população branca diminuir, entre a população negra houve aumento considerável desde o ano de 2002. Em 2010, por exemplo, morreram proporcionalmente 139% mais pessoas negras do que brancas.
“Vivemos em um país em que não existe democracia racial. Temos algumas conquistas no âmbito jurídico formal, mas insuficientes para experiência cotidiana de racismo social e institucional que vivemos como população negra”, destaca a coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos do CFESS, Marylucia Mesquita.
Para exemplificar a afirmação, ela cita o livro e peça teatral “Namíbia, não”, com texto de Aldri Anunciação e direção de Lázaro Ramos. “Como peça de ficção de cunho futurístico nos provoca uma viagem pela história da violação de direitos e a partir de uma provocação irônica ao se referir à população negra como ‘cidadãos de melanina acentuada’, dentre outras passagens, o filme/peça denuncia e problematiza as ‘tentativas’ de reparação, às quais, ainda que tenham sua importância, não mexem com as estruturas da cultura escravocrata que permanece sendo a realidade, por exemplo, para maioria das trabalhadoras domésticas, mulheres negras e para os jovens negros assassinados cotidianamente”, afirma.
Por isso, neste dia 20 de novembro, é importante reafirmar, como lembra a cantora Ellen Oleria: “que a minha/a nossa consciência é negra!”.