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Auditório lotado marca evento do CRESS-SE no Dia da (o) Assistente Social

No dia 15 de maio, o Conselho Regional de Serviço Social de Sergipe 18ª Região (CRESS-SE) promoveu um evento especial em alusão ao Dia da (o) Assistente Social, reunindo centenas de profissionais, estudantes e representantes de movimentos sociais no auditório do Ministério Público Estadual de Sergipe (MPE-SE), em Aracaju. Com o auditório completamente lotado, o encontro reafirmou o compromisso da categoria com as lutas sociais e ambientais, em sintonia com o tema nacional deste ano escolhido pelo conjunto CFESS/CRESS: “A gente defende a justiça ambiental para combater a desigualdade social!”.

A atividade foi marcada por falas potentes, reflexões críticas e homenagens a grupos que simbolizam a resistência popular em defesa do meio ambiente e da justiça social. Entre os destaques da programação, estiveram as participações da professora doutora Ivanete Boschetti, referência nacional no Serviço Social, e da professora doutora Nailsa Araújo, que contribuíram com análises aprofundadas sobre a relação entre a crise ambiental e a intensificação das desigualdades no Brasil.

Durante o evento, o CRESS-SE prestou homenagens a iniciativas e coletivos que protagonizam lutas fundamentais em Sergipe. Foram homenageados o projeto The Human Project, a Associação de Catadoras e Catadores de Mangaba Padre Luiz Lemper, o Movimento Marisqueira de Sergipe e o Projeto Pescando Sonhos. A entrega das homenagens foi marcada por emoção, aplausos e reconhecimento à atuação dessas organizações na defesa dos territórios, da cultura tradicional e dos direitos das populações que vivem da pesca, coleta e mariscagem.

O evento reafirmou a identidade crítica da categoria profissional, que não se cala diante das injustiças e que entende a luta ambiental como parte inseparável da luta por dignidade e equidade social.

A presidenta do CRESS-SE, Dora Rosa Horlacher iniciou sua fala agradecendo ao MPE, que não apenas cede o espaço, “mas é um parceiro nas lutas. No período da Covid estivemos aqui, pois fomos considerados profissionais essenciais, não poderíamos fazer o trabalho remoto, mas não tínhamos direito, nem a EPIs, nem a vacina, foi o MPE que lutou junto conosco. Tem outra luta que a gente vem buscando o MPE pela nossa inserção na Educação Básica, que é Lei desde 2019, que não vem sendo cumprida em Sergipe”, contou.

Ela ainda destacou o dia 15 de maio, “um dia de confraternização, mas também, como diz o compositor baiano Caetano Veloso o dia de sabermos – a dor e a delícia de ser o que é -, o quanto é difícil estar nas trincheiras, o quanto está difícil estar no CRAS, no CRESS, nas UBS, nos hospitais, na Previdência Social, onde quase foi extinto o Serviço Social, são várias áreas onde atuamos, os desafios, os limites, as lutas o difícil cotidiano de trabalho que enfrentamos todos os dias em nossa relação com as entidades empregadoras, na luta pela reafirmação da justiça social, por viabilização de Direitos. É sempre tempo de refletirmos sobre o nosso justo direito e a nossa história luta por um Piso Social”, ressaltou Dora em seu discurso.

A presidenta do CRESS lembrou do tema do evento. “A gente defende a justiça ambiental para combater a desigualdade social!”, que ressalta o papel do Serviço Social nas lutas em defesa dos povos e dos biomas, diante do agravamento da crise ambiental e social que afeta diretamente as populações mais vulnerabilizadas”. Dora fez ainda uma homenagem pedindo uma salva de palmas para os servidores do CRESS-SE e as conselheiras, “que trabalham sem remuneração, inclusive pagam anuidade, todos atuam de forma voluntária”, garantiu. Com iniciativas como essa, o CRESS Sergipe reforça o papel do Serviço Social na linha de frente das transformações sociais, construindo pontes entre a categoria e os sujeitos coletivos que constroem, todos os dias, um mundo mais justo e sustentável.

Representando o procurador geral da Justiça, Nilzir Soares Vieira Júnior, o promotor de Justiça das Execuções Criminais, Luis Claudio Almeida Santos, que também atua como promotor dos Direitos Humanos participou da solenidade. Disse estar honrado, pois para o MPE o assistente social é um aliado, “onde trabalho sempre lido com assistentes sociais, estou vendo aqui duas assistentes sociais do sistema prisional, que lá nós sabemos que existe uma população extremamente carente de proteção. Sempre lutei pela valorização do assistente social dentro do Sistema Prisional e também organização melhor do serviço. É uma missão de lutar pela ordem jurídica, pela democracia, pelos direitos humanos, é uma missão que eu não consigo conceber sem essa parceria. Se por um lado temos aqui uma ferramenta que é o direito por outro lado, o Assistente Social faz a ponte entre a realidade e o ideal, que está na Lei e na Constituição. Sem que haja essa ponte, o que chamamos normativamente de Estado Democrático de Direito pode virar uma ilusão, virar algo que não vai alcançar a grande maioria da população. O Assistente social é uma peça indispensável. O Brasil deve se orgulhar dos seus Assistentes Sociais, os administradores, os gestores deveriam lutar pela valorização deste profissional”.

A secretária da Família e da Assistência Social, Simone Valadares disse que a data é muito importante e “estamos aqui reunidos no Ministério Público, um local de defesa de direitos, de justiça, acredito que foi uma escolha muito importante e me sinto muito feliz de estar nesse momento aqui, representando o município de Aracaju, na pessoa da nossa Prefeita, Emília Corrêa. A valorização do assistente social é uma das nossas metas enquanto Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social. Nós estamos em um processo de reconhecimento e de valorização do profissional para que possa atender nossos usuários com dignidade, como ele deve ser atendido”, afirmou Simone Valadares.

Palestrantes

A professora titular aposentada da Escola de Serviço Social da UFRJ, com pós-doutorado na França e no Brasil, Ivanete Boschetti ressaltou que o tema do evento chama a atenção para uma questão que vivemos cotidianamente, que agora está nas televisões, nos jornais e mídia, mas para quem atua com a população ribeirinha, com os indígenas e quilombolas, se depara no dia a dia. “O tema foi muito apropriado. Os problemas estão explodindo agora, sempre teve deslizamento, enchente, queimadas, barragens explodindo, poluição de rios, mares e lagos, o problema não é novo, agora tem também um movimento mundial pela preservação da natureza, porque é um problema que está atingindo todos os países, todas as nações, não são apenas os países do capitalismo dependentes da América Latina ou da África ou da Ásia, são os países ricos, dos continentes europeus e mesmo da América, estão vivendo essas questões. Então quando atinge os países ricos eles se mobilizam, isso ganha uma dimensão nação nacional, é tardia nesse sentido, demorou para ser assumido, mas não para o problema acontecer”. Ela destacou a organização do evento “Está sendo maravilhoso, o CRESS Sergipe está de parabéns, auditório cheio, mesa maravilhosa debatendo e discutindo”.

A professora titular do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutora em Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (UTAD/Portugal), Nailsa Araújo, comentou que como pesquisadora da área ficou muito feliz com a escolha do tema. “Foi publicado o CFESS manifesto que está muito bem elaborado. Adorei ver essas pessoas aqui, interessadas em ouvir o que a gente está acumulando nesses tempos de estudo e pesquisa, interessadas em tentar entender o que é que nós enquanto profissão temos a ver, o que nos diz respeito do debate nacional, não somente como cidadão, mas como profissionais, para começar tentar identificar como isso vai aparecer nos nossos espaços de trabalho, nos ambientes sócio-ocupacionais”, analisou. Sobre o evento “muito bem feito pelo CRESS, fiquei muito feliz e contente, tudo com muito cuidado, essa é uma gestão maravilhosa”, observou a professora Nailsa Araújo.  

Homenageados

A marisqueira Jivanilda Santos, do projeto Movimento Marisqueira de Sergipe – um movimento que atende 17 comunidades em Sergipe, com 37 marisqueiras, foi uma das homenageadas. Para ela, a homenagem é um avanço, pois uma das lutas das marisqueiras é ser reconhecidas como marisqueiras, “para a justiça não somos marisqueiras, apenas os pescadores são reconhecidos, mas não queremos estar a sombra do homem, nem dos nossos maridos. Fora do País somos reconhecidas, já viajamos para o Chile, Argentina, Equador, outros povos nos visitam e nos reconhecem”, contou. Ela relatou que a vida da marisqueira está sofrida, a falta de cuidado com o meio ambiente tem dificultado a sobrevivência “gente vai no nosso território de trabalho e não encontra marisco como a 30 anos atrás, diminuiu bastante”, denunciou.

 

O pescador Givanildo Santana, do Projeto Pescando Memórias relembrou que o projeto iniciou a 13 anos, planejado com sua esposa Isabela Bispo, com o objetivo de preservar a identidade e história do povoado São Brás, em Nossa Senhora do Socorro. “Somos uma comunidade ribeirinha de pescadores, um povoado com 350 moradores, os mais novos tinham vergonha de dizer que eram do São Brás, não se identificavam por ser um local de pescador. Hoje com o projeto Dialogando com Você e outras ações que realizamos, trabalhando com crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência, a realidade já é outra, existe um orgulho e pertencimento das pessoas”, detalha.

O representante da Tv Sergipe, editor do programa Estação Agrícola, o jornalista João Augusto recebeu a homenagem da reportagem do programa Estação Agrícola sobre o adubo verde, que foi exibida no dia 6 de abril deste ano, o adubo verde uma tecnologia nova que vem se destacando no campo como alternativa sustentável para a conservação do meio ambiente. Ele parabenizou o CRESS-SE e agradeceu o reconhecimento do trabalho, “essa homenagem aumenta ainda mais o compromisso da Tv em fazer e promover matérias relacionadas ao meio ambiente”.

 

FOTOS: Marcos Rodrigues

 

 

 

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