Pela primeira vez na história do Conjunto CFESS/CRESS, uma conselheira trans assume de forma interina a presidência de um Conselho Regional de Serviço Social. E neste dia 29 de janeiro, Dia da Visibilidade Trans, a presidente interina do Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região (CRESS Sergipe), Maria Eduarda Marques, reforça a importância de ocupar espaços como esse na sociedade.
Segundo Maria Eduarda Marques, esse é um marco histórico, tanto no Conselho Federal de Serviço Social, como nos Conselhos Regionais. “Estamos em janeiro, mês da visibilidade das pessoas trans e nesse momento o CRESS Sergipe faz história colocando, pela primeira vez, uma travesti à frente dessa entidade. Como o Conselho está em período de processo eleitoral, sua diretoria teve que ser reconfigurada, já que alguns membros da gestão atual tiveram que ser desincompatibilizados de seus cargos. Assim, por uma questão de ordem, na linha de sucessão, eu, como segunda secretária, assumi a presidência do CRESS interinamente”, explica a presidenta interina.
A presidenta interina assume o cargo durante o período das eleições do Conjunto CFESS/CRESS até o dia 22 de março de 2023. As eleições do Conjunto acontecem para definir a nova chapa para a Gestão 2023/2026.
Para Maria Eduarda, ocupar essa posição é desafiador, por se tratar de um renomado órgão fiscalizador que representa toda categoria de Serviço Social. “É simbólico e, para mim, uma honra. Faz-se necessário esse momento de abertura de portas para que venham outras pessoas trans nessas posições, mas o que eu quero de verdade é a naturalização desses corpos em todos os lugares. Que se torne comum transexuais em espaços de poder”, afirma.
“Nessa gestão há muito o que fazer. Continuar os avanços, batalhando cada vez mais pelos profissionais, por boas condições de trabalho, fiscalizando concursos e serviços que respeitem a carga horária, verificando registros profissionais. Vamos seguir articulando para que hajam profissionais de serviço social nas escolas e traçando estratégias para o pagamento da anuidade, a fim de reverberar melhorias para a própria categoria, dentre outras questões”, acrescenta a presidenta interina.
Desafios
A presidenta interina reforça ainda que terão alguns desafios pela frente. “Temos muitos desafios, dentre eles a retomada da política de assistência social (que sofreu perdas nos últimos anos), o fortalecimento de políticas públicas trabalhando junto aos movimentos sociais, a qualificação no atendimento às minorias, inclusive o público LGBTQIAPN+, considerando a identidade de gênero e orientação sexual e levando em conta que essa pauta é uma das nossas bandeiras de luta. A continuação desse trabalho só é possível com o comprometimento de toda gestão e dos servidores do CRESS Sergipe que atuam com responsabilidade e comprometimento”, finaliza.
Confira o vídeo de Maria Eduarda sobre o Dia da Visibilidade Trans: